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Batalhão de Cavalaria nº 267 – Parte III

Texto de Idílio Amaral

A viagem a caminho de Angola e a bordo do Vera Cruz durou nove dias, sem notícias de quem quer que fosse.

Na altura não havia os meios modernos que hoje existem, a Internet e os telemóveis, pelo que era o coração, que frequentemente enviava mensagens para terra, mas àquela autentica “Ilha” que flutuava em plenas águas do alto mar, onde eram transportados mais de quatro mil Militares, nada chegava com resposta aos suspiros da alma e do coração. Perdi mesmo a orientação e já nem sabia para que lados ficava a minha saudosa aldeia.

A monotonia, por vezes apoderava-se de todas as minhas forças e algumas foram as vezes, que senti vontade de servir de alimento aos peixinhos do mar.

Muitos anos depois, resta-nos a lembrança de olhamos o mar, que muitos nunca tinham-mos visto, o céu muito azul, a noite as estrelas muito vivas, o barulho próprio do Vera Cruz, mais parecia o manchar de mil batalhões e lá muito longe a guerra que nos esperava.

Com profunda tristeza, devo aqui referir, que quarenta e seis anos depois, fácil é concluir, que fomos uma geração demasiado pobre e martirizada, nada tendo valido a pena.

Na madrugada do dia 25 de Janeiro de 1964, chegávamos finalmente a Luanda, sob um sol abrasador logo pela manhã, procedeu-se ao desembarque e se em Lisboa, não tinha ninguém a minha despedida, ali também não tinha alguém a minha espera.

Depois da formatura geral das tropas em parada no Cais de Luanda, a revista efectuada por um brigadeiro da Região Militar da mesma cidade, as boas vindas, o desejo de boa sorte em terras Angolanas, foram as palavras daquele Oficial General.

© 2021 por Daniela Casais e Mariana Pais

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