
Em força para Angola
Texto de Idílio Amaral
Os contigentes militares, partiram em força para Angola, o ponto de partida era o Cais da Rocha em Lisboa.
Não se respeitaram as praças. Muitos Militares, passaram à disponibilidade com dois anos de tropa obrigatória, para um ano depois, voltarem a vestir a farda e partirem a caminho de Angola, cuja guerra nunca desejaram.
Alguns já tinham constituído familia, deixaram as esposas e filhos, para mais tarde uns quantos regressarem em caixotes de madeiras, o que sempre se procurou esconder.
Tanta guerra tanto engano.
Os que regressaram, sofreram muito. Muitos foram colocados no mato, onde nada havia e depois do seu regresso, foram simplesmente abandonados, alguns depois de terem comprido o seu dever militar, que se prolongou por quase cinco anos, deparam-se com inúmeros problemas de saúde, assim como do foro neurológico.
Foram os melhores anos das nossas vidas, passados em circunstâncias difíceis. A fome, a cede, o mais difícil dos problemas em África, o chão duro onde procuravam descansar, sempre agarrados às suas espingardas, as fieis companheiras, a chuva que por vezes os encharcava e os rios que se atravessavam com água a cima da cintura, eram estes e muitos mais, os horrores da guerra.
Tantas vidas perdidas perdidas e tanto sacrifício para nada.