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Quitexe Zona Rica em Café

Texto de Idílio Amaral

Quando os bandoleiros atacavam as fazendas ricas em café, não tiveram atenção à cor da pele dos trabalhadores foram barbaramente abatidos, brancos, mulatos pretos e desmembrados, homens, mulheres e crianças.

À frente dos grupos apresentava-se o chefe, também designado por bruxo, com as suas vestes tradicionais africanas, armado com um cahangulo, tinha recebido a missão de incentivar os restantes do grupo, para o assalto à casa do fazendeiro ou do responsável pelos trabalhadores na fazenda, alguns destes grupo praticaram autenticas carnificinas, só que na fazenda Santa. Isabel,na zona do Quitexe, à qual se faz referência, todos os que ali habitavam, incluindo algumas crianças, depois de terem sido avisados do terrorismo em marcha, esconderam-se numa plantação de mandioca, ficando apenas na casa, o responsável dos trabalhadores da fazenda.

O mesmo individuo, subiu pelo interior da grande chaminé da casa, munido de uma arma muito sofisticada, designada por 318, utilizada na caça ao elefante, balas pontiagudas, cada vez que o Manolo, um beirão destemido, só disparava a arma, depois do bruxo se posicionar muito bem com uns oito ou nove bandoleiros à sua retaguarda e em fila indiana, a bala furava-os a todos, os restantes ao verem aquilo mortandade sem saberem de onde a bala partira acabavam por desaparecer, mas no dia imediato lá estava outro grupo nas mesmas condições. UPA. UPA. UPA.

Do cimo da chaminé, partia outra bala furacão e eram mais uns quantos que tombavam no campo de batalha, mas o Manolo teve de se juntar ao seu grupo do qual era o chefe, entraram num pequeno rio com pouca água, caminharam de costas para saírem do mesmo e deixarem transparecer através das pegadas, que entraram no rio, despistando os bandoleiros.

O Manolo e o seu grupo, aproximaram-se da estrada que ligava o Ucua ao Quitexe, deixou novamente o grupo escondido no mato denso, esperou pacientemente e com fé, que aos seus ouvidos chegasse o barulho próprio de uma viatura, o que acabou por acontecer, levantou os braços, pedindo socorro e a pequena viatura militar, depois de nela carregarem as pessoas em fuga, como sardinha na canastra, arrancaram em direcção a um lugar mais seguro e foi assim que o Manolo se salvou e todos os seus, regressando regressando mais tarde a Portugal.

© 2021 por Daniela Casais e Mariana Pais

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